sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Mulher, isso compete a nós?

Neste dia 6 de Novembro em que celebramos mais um Dia Nacional da Juventude, refletimos o Tema: “Juventude e protagonismo Feminino”, com o Lema: “Jovens Mulheres tecendo relações de vida”. Um tema e um lema que procede de uma característica muito marcante de Jesus que é registrada nos Evangelhos especialmente no escrito por João: a valorização da mulher.

Isto porque na época de Jesus, a mulher vivia um cenário de grande desvalorização e discriminação. Diante de uma cultura extremamente machista, a mulher era submetida à injustiças, entre outras coisas, não podia trabalhar, na religião ocupava um lugar periférico, somente os homens exerciam cargos de “liderança”, um forte preconceito que impedia até mesmo de contar as mulheres como ‘pessoas’. Fato que pode ser visto até mesmo pelo evangelho, conforme narrado em Mateus 14, 21: “Ora, os convivas eram cinco mil homens, sem contar as mulheres e crianças”. As mulheres não foram nem contadas no episódio da multiplicação dos pães e peixes.

Porém, Jesus, que veio para “exaltar os humildes e saciar de bens os indigentes”, assim como exultou Maria (Lc 1: 52-53), ou seja, Jesus que veio trazer a vida àqueles que eram marginalizados pela sociedade, vem trazer vida à mulher, também vítima e à margem dessa sociedade.

Com essa iniciativa de Jesus, muita coisa mudou para a humanidade. Hoje a mulher não sofre a mesma descriminalização que sofria em outros tempos, conquistou seu espaço, porém, a humanidade como um todo tem muito à conquistar. E essas conquistas dependem muito da mulher!

Neste ponto, entra em grande destaque o Tema deste DNJ: Juventude e o protagonismo feminino.
Como a mulher pode ser protagonista em nosso tempo, um tempo de grande provação para a nossa fé cristã? Um tempo em que a mulher conquistou seu espaço, porém, a humanidade tem perdido valores importantíssimos quando se trata da defesa da vida...

O mundo tem defendido uma cultura de morte que influi diretamente no “ser feminino”, como a defesa do aborto. O mundo tem defendido a morte de inocentes... O Dom de gerar a vida, que a mulher possui em seu ventre, tem se tornado leito de morte...

Esta é apenas uma questão em que o protagonismo feminino tem fundamental importância, dentre tantas outras, como justiça social, busca por políticas em defesa da vida, em defesa da saúde, da educação, moradia, transporte, combate às drogas, entre tantos outros temas que a mulher precisa atuar decisivamente.

E em tempo, refaço uma pergunta que Jesus fez a Maria em Caná, da Galiléia: “Mulher, isso compete a nós?” (Jo 2: 4b)

Esta é uma linda passagem que responde a nossa dúvida, se estas questões competem a nós, e como solucioná-las: Crer em Jesus, e fazer tudo o que Ele nos disser!
Esta passagem que está em Jo 2, 1-12, reflete muito, como Jesus valoriza e dá importância a mulher.
Desde o início percebe-se como João dá essa importância a Maria, a mulher desta história, da nossa história.

“... celebravam-se bodas em Caná da Galiléia, e achava-se ali a mãe de Jesus. Também foram convidados Jesus e os seus discípulos.”

Veja como João deu muita importância à presença de Maria, depois Jesus e seus discípulos, dando até a impressão que Maria era uma convidada de honra...

Veio a faltar o vinho, e a Mãe de Jesus, atenta a aflição daqueles que ali estavam, roga a Jesus: “Eles já não tem mais vinho”. Em um festejo que na cultura judaica durava cerca de uma semana, o vinho, era um item de fundamental importância à comemoração, faltando, fatalmente ocasionaria o fim da comemoração, o fim da felicidade ali celebrada. Maria percebe essa necessidade, vê nos rostos de cada um a aflição e o sofrimento e por isso se dirige a Jesus.

Ao que Jesus responde: “Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou”. Parece ser uma resposta de certa forma abrupta de Jesus, mas que na realidade não foi. Jesus poderia ter chamado Maria de “Mãe” quem sabe, mas prefere chama-la de “Mulher”.

Numa sociedade que não ouvia a mulher, dizer a ela “Mulher”, é dar clara certeza que, sim, Jesus ouve a mulher, indagando-a de uma forma motivadora, se é essa a missão de Jesus.

A hora de Jesus não havia chegado, a hora máxima; de cumprir plenamente a vontade do Pai,  e entregar-se na cruz, nos salvando.

Ora, se Jesus veio pelos aflitos, por aqueles que sofrem, como Maria já sabia e tinha essa certeza, apenas confiou em Jesus, dizendo aos serventes: “Fazei o que Ele vos disser”.

Maria, a Mulher deste acontecimento, teve fé, confiou no poder de Jesus, e Ele realizou.

Os servos por fim, acataram a orientação de Maria, fizeram o que Jesus disse, encheram as talhas com água, e a água se tornou vinho. Não um vinho qualquer, mas o melhor vinho.

Diante das angustias, das desigualdades, do sofrimento que a humanidade passa, cabe à mulher se espelhar em Maria, respondendo se isso compete a nós, dizendo o seu sim, atenta às necessidades da humanidade, deste vinho que falta a cada um de nós, e assim, rogar a Jesus fazendo tudo o que Ele nos disser.

Para que Jesus possa agir, precisamos assim como os serventes, fazer a nossa parte, com o nosso serviço, o nosso protagonismo, para que assim Jesus possa realizar o milagre, onde Ele transformará no melhor vinho as nossas necessidades.



(fonte: Tiago Borguezon - GT de Divulgação do DNJ 2011)

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